O Destino Final do Universo
Por Lorran Batista GonzagaExpansão do Universo: O Pano de Fundo para Todas as Teorias
Onde:
= Velocidade de recessão da galáxia (em km/s);
= Distância da galáxia em relação à Terra (em megaparsecs, Mpc);
= Constante de Hubble, que representa a taxa de expansão atual do universo (em km/s/Mpc)
A Aceleração Cósmica e a Energia Escura
O Papel da Geometria do Universo
O Conceito de Densidade Crítica e Parâmetro de Densidade (Ω)
O Big Freeze
se a densidade de energia for maior que a densidade de matérias podemos elucidar que a energia escura acelera a expansão do universo, podendo nos levar ao big freeze. O Big Freeze é o destino mais provável de acordo com o consenso científico atual. Nesse cenário, a expansão acelerada dilui progressivamente a matéria e a energia, levando o universo a um estado de equilíbrio termodinâmico onde nenhum trabalho útil pode ser realizado um conceito derivado da segunda lei da termodinâmica, que afirma que a entropia (desordem) de um sistema isolado sempre aumenta. Em outras palavras, o Big Freeze descreve um cenário onde temos Expansão eterna, com resfriamento e esgotamento de toda energia útil. A cronologia desse processo é muito lenta, abrangendo escalas de tempo que desafiam a intuição humana: Em 1 trilhão de anos (10¹² anos): As galáxias além do Grupo Local (o aglomerado que inclui a Via Láctea e Andrômeda) terão se afastado tanto devido à expansão acelerada que se tornarão invisíveis. O universo observável se reduzirá a um pequeno conjunto de galáxias ligadas gravitacionalmente, isoladas em um mar de escuridão.
Em 100 trilhões de anos (10¹⁴ anos): As últimas estrelas (anãs vermelhas de baixa massa) esgotarão seu hidrogênio. O universo será povoado por anãs negras (restos frios de estrelas), buracos negros e objetos degenerados como estrelas de nêutrons.
Em 10³⁸ a 10¹⁰⁰ anos: Os buracos negros dominarão a evolução cósmica. Através do processo de radiação de Hawking — uma previsão da física quântica que permite a evaporação de buracos negros —, eles perderão massa gradualmente até desaparecerem. Buracos negros supermassivos, com milhões de massas solares, podem levar até 10¹⁰⁰ anos para evaporar completamente.
Após 10¹⁰⁰ anos: O universo consistirá de um mar difuso de partículas subatômicas (elétrons, pósitrons, neutrinos) e fótons de energia extremamente baixa, com temperaturas próximas ao zero absoluto (-273,15°C). Nesse estágio, a entropia atinge seu valor máximo, e nenhum processo físico significativo ocorrerá.
Em 1 trilhão de anos (10¹² anos): As galáxias além do Grupo Local (o aglomerado que inclui a Via Láctea e Andrômeda) terão se afastado tanto devido à expansão acelerada que se tornarão invisíveis. O universo observável se reduzirá a um pequeno conjunto de galáxias ligadas gravitacionalmente, isoladas em um mar de escuridão.
Em 100 trilhões de anos (10¹⁴ anos): As últimas estrelas (anãs vermelhas de baixa massa) esgotarão seu hidrogênio. O universo será povoado por anãs negras (restos frios de estrelas), buracos negros e objetos degenerados como estrelas de nêutrons.
Em 10³⁸ a 10¹⁰⁰ anos: Os buracos negros dominarão a evolução cósmica. Através do processo de radiação de Hawking — uma previsão da física quântica que permite a evaporação de buracos negros —, eles perderão massa gradualmente até desaparecerem. Buracos negros supermassivos, com milhões de massas solares, podem levar até 10¹⁰⁰ anos para evaporar completamente.
Após 10¹⁰⁰ anos: O universo consistirá de um mar difuso de partículas subatômicas (elétrons, pósitrons, neutrinos) e fótons de energia extremamente baixa, com temperaturas próximas ao zero absoluto (-273,15°C). Nesse estágio, a entropia atinge seu valor máximo, e nenhum processo físico significativo ocorrerá.
Em 2003, os físicos Robert Caldwell, Marc Kamionkowski e Nevin Weinberg propuseram um cenário mais dramático: o Big Rip (ou "Grande Rasgo"). Nele, a energia escura não apenas acelera a expansão, mas torna-se cada vez mais dominante, aumentando sua densidade ao longo do tempo. Isso ocorreria se a equação de estado da energia escura (relação entre pressão e densidade, denotada por ) satisfizesse , uma forma hipotética chamada "energia fantasma".
Nesse caso, a aceleração não apenas separaria galáxias, mas destruiria todas as estruturas ligadas gravitacionalmente, incluindo estrelas, planetas e até mesmo átomos. A cronologia do Big Rip seria abrupta:
60 milhões de anos antes do fim: A força repulsiva da energia fantasma superaria a gravidade que mantém unida a Via Láctea, despedaçando-a.
Três meses antes do fim: O Sistema Solar seria desintegrado, com planetas sendo arrancados de suas órbitas.
Minutos finais: Estrelas e planetas seriam destruídos, seguidos por moléculas, átomos e núcleos atômicos.
Instantes últimos: Até mesmo partículas subatômicas, como prótons e nêutrons, seriam rasgadas, restando apenas radiação e componentes fundamentais desconhecidos.
Embora fascinante, o Big Rip é considerado improvável. Observações atuais restringem a valores próximos de , compatíveis com uma constante cosmológica. Além disso, a energia fantasma levantaria questões sobre violações de condições de energia na relatividade geral, como o critério de energia nula, essencial para a estabilidade do espaço-tempo.
Big Crunch
Ainda assim, teorias especulativas sugerem que, se a energia escura não for constante e enfraquecer no futuro distante, a gravidade poderia retomar o controle. Alternativamente, em modelos de gravidade quântica em loop, o colapso poderia ser evitado por efeitos quânticos, levando a um Big Bounce (Grande Rebote), onde o universo renasce sem uma singularidade. Essas ideias, porém, carecem de suporte observacional e matemático sólido.
Multiversos e a Seleção Natural Cósmica
Em teorias como a inflação eterna, proposta por Alan Guth e Andrei Linde, nosso universo é uma "bolha" em um multiverso infinito, onde diferentes regiões possuem leis físicas distintas. Nesse contexto, o fim de nosso universo não seria o fim de toda a existência. Novos universos poderiam surgir continuamente, cada um com sua própria energia escura, constantes físicas e destinos.
Essa ideia conecta-se à antropia cósmica: universos com valores de Λ inadequados para a vida (como um Big Rip precoce ou um colapso rápido) não teriam observadores para questionar seu destino. Assim, nosso universo, com Λ pequeno o suficiente para permitir galáxias e vida, seria apenas um entre infinitos. A ideia do multiverso, apesar de fascinante, ainda está no campo das hipóteses teóricas. Enquanto algumas versões surgem naturalmente de modelos bem estabelecidos da física, a falta de evidências diretas mantém essa teoria como uma possibilidade intrigante, mas não confirmada.
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